16 agosto 2007

Desabafo

E cada vez mais a confusão.
Não sei o que quero, tu sabes. Todos sabem. Alguns andam enganados.
Tento esconder-me atrás do trabalho, a velha desculpa agora aplicada à minha nova rotina.
Rotina, o meu medo.
Para cada lado que me viro um rol de novas dúvidas.
Os meus pilares estão a degradar-se.
E porquê continuar?
Choro, finalmente choro.
Ao menos um desabafo silêncioso, físico, que me faz sentir uma sensação concreta: esse inchaço encoberto pelos óculos de sol.
Quero de volta os meus sonhos.
Quero um propósito.
Quero lamber as minhas feridas sossegada para mostrar orgulhosa as minhas cicatizes.
Mas para quando as cicatrizes?
Quero-te vida!
Mas estás tão estranha...

15 julho 2007

Fui ao Teatro

Fiz uma pausa oficial no estudo e fui ao teatro.
A peça: "A Outra e o Triângulo" em exibição no Auditório Carlos Paredes.

Um espetáculo assemelhado a uma stand-up comedy que durante uma hora nos faz rir com os comentários que ao longo da peça um dos personagens faz ao que acontece no Triângulo que retrata as relações afectivas do século XXI.
Como não podia deixar de ser, fala de traição.
Ficou registado na minha mente uma passagem que fez rir e reflectir os presentes:

"A amante: E porque não te divorcias?
O homem casado: Porque me perderia e se me perdesse como te poderia encontrar?"

Efectivamente divorciou-se. Efectivamente perdeu-se... Para os braços de outra mulher, alheia a este Triângulo. E volta a casa da amante para lhe contar como se perdera com o divórcio. Ela acusa-o de dupla traição: à mulher e a si, à própria amante. Ele simplesmente lhe diz que achava que ela merecia saber, mas que a tinha avisado que se perderia se se divorciasse.


Deixo aqui os meus PARABÉNS à actriz Mariana Sarabua tendo em conta não só o meu carinho pessoal pela mesma, como pelo excelente trabalho que desempenhou, tanto a nível criativo como de representação.

Como nós dizemos Mariana: Muita Merda!

03 julho 2007

Atenção ao Informar-se



Vive-se o mais de informação: o que vemos é o menos; vivemos da fé alheia: o ouvido é a segunda porta da verdade e a principal da mentira. A verdade de ordinário se vê; extraordinariamente se ouve; raras vezes chega no seu elemento puro, muito menos quando vem de longe; traz sempre alguma mistura de afectos por onde passa; a paixão tinge com as suas cores tudo o que toca, seja odiosa, seja favorável; puxa sempre a impressionar; muito cuidado com quem gaba, maior ainda com quem desgaba. É mister toda a atenção nesse ponto para descobrir a intenção de quem medeia, conhecendo de antemão por que razões é movido. Que a reflexão seja contraste do falto e do falso.

Baltasar Gracián y Morales, in 'A Arte da Prudência'

"(...) o que sabemos quando perguntamos(...)"

Perguntar coloca-nos na perplexidade, pois implica ao mesmo tempo saber e não saber. Se perguntamos é porque não sabemos, mas sobre aquilo de que nada sabemos não perguntamos. Afinal, o que sabemos, quando perguntamos? Na pergunta, o que se mostra é o imostrável. No perguntar, o Homem revela que é o ser do intervalo - entre o finito e o infinito - e que está ligado ao Transcendente, pelo menos como questão.
Anselmo Borges

01 julho 2007

«Saber calar faz parte do "código de honra" dos grandes conquistadores - gato miador, mau caçador.»

in Paixão, Amor e Sexo de ALLEN GOMES, Francisco

16 junho 2007

Mais do que meados de Junho... Chove... Esse cheio a terra molhada acalma-me. Sabe bem...

Amy Winehouse - Back to Black




He left no time to regret
Kept his dick wet
With his same old safe bet
Me and my head high
And my tears dry
Get on without my guy
You went back to what you knew
So far removed from all that we went through
And I tread a troubled track
My odds are stacked
I'll go back to black

We only said good-bye with words
I died a hundred times
You go back to her
And I go back to.....

I go back to us

I love you much
It's not enough
You love blow and I love puff
And life is like a pipe
And I'm a tiny penny rolling up the walls inside

We only said goodbye with words
I died a hundred times
You go back to her
And I go back to

We only said good-bye with words
I died a hundred times
You go back to her
And I go back to


Black, black, black, black, black, black, black,
I go back to
I go back to

We only said good-bye with words
I died a hundred times
You go back to her
And I go back to


We only said good-bye with words
I died a hundred times
You go back to her
And I go back to black

13 junho 2007

Amigos

"Os amigos. Entrariam por uma casa em chamas para nos salvarem. Mentem por nós à nossa própria mãe. Sabem de nós mais do que somos capazes de lehs dizer. Jurariam que à hora do crime estávamos a tomar chá com eles. Mesmo que a polícia nos encontrasse com as mãos cheias de sangue. "São rosas, senhores. Andei com ela toda a tarde a cortar rosas, senhores. Sangue de espinhos, senhores".
Eles exigem-nos coisas de nada. As nossas lágrimas. O nosso lenço de assoar. A pele dos nossos inimigos. As batatas fritas do nosso bife. A nossa melhor roupa, por uma noite. Exigem-nos tudo o que nos dão. É preciso regá-los regularmente: é nos ombros deles que cai toda a água dos nossos olhos. Eles espevitam-nos o sentido de humor quando menos nos apetece. E depois ficam connosco quando as luzes se apagam e toda a gente se foi embora. Só aos amigos é dado o espetáculo da nossa miséria.
A paixão é uma fatalidade fácil. Uma aparição divina, só. Não há maneira de a prender para toda a vida. Por isso a embrulhamos no áspero papel da amizade. Para preservar e esquecer.
À paixão aceitam-se confissões de ciúme, voragens de posse. À amizade não. Somos capazes de confessar tudo aos nossos amigos menos essa insegurança que nos mói."


Inês Pedrosa, in Instrução dos Amantes




Como tenho saudades dessas amizades... Ou melhor, desse tempo em que julgava essas amizades plenas e eternas...
Sinto falta de um ombro onde caia toda a água dos meus olhos.

Viagens


"As viagens são pretextos desse medo maior que é o de não podermos fugir de nós. Viaja-se como se dorme. Todas as fotografias são sonhos quase perfeitos, quase reais e por isso serenamente mortos."
Inês Pedrosa, in A Instrução dos Amantes
Como me podem chamar "fria" quando fervo por dentro?

09 junho 2007

Longe

"Uma relação cordial com a distância"...
Manda um desses pirilampos vir iluminar o meu espaço na ausência do teu brilho...

Grace Kelly lyrics

07 junho 2007

06 junho 2007

A Instrução dos Amantes



_ Diz: amo-te. Vá lá.
_ Por amor de Deus. Eu nunca digo essas barbaridades.
_ Nunca? A ninguém? Não acredito que nunca tenhas dito.
_ Eu não falo dos meus casos passados.
_ Então como é que as pessoas sabem se tu gostas delas ou não?
_ Acho que não é preciso pôr legendas.


Inês Pedrosa

Sabedoria Popular

E diziam na TV:
"Finge, finge até que atinge".

Tu mais?

"Eu mais" - dizes que é descaramento.
Eu digo que é presunção, mas, como a maioria, pode ser ilidida fazendo prova de que "tu mais".

Aqui o julgador sou eu, Prinçusa do Reino da Sua Real Gana, e como tal vigoram a minha lei e as minhas presunções legais, que, em parte, têm como fonte de Direito o Código Civil Português. Ora vejamos:

Artigo 349º do Código Civil
Presunções são as ilações que a lei ou o julgador tira de um facto conhecido para firmar um facto desconhecido.

Artigo 350º Código Civil
1. Quem tem a seu favor a presunção legal escusa de provar o facto a que ela conduz.
2. As presunções legais podem, todavia, ser ilididas mediante prova em contrário, excepto nos casos que a lei proibir.


Esclarecido?
Saudações, Principe do Reino no Meu Coração

05 junho 2007

Incomunicação

Aqui, onde as dúvidas surgem e o coração se sobressalta, a reviravolta acontece e percebo que, de novo, eu mais.
Espírito de montanha russa, animada, desanimada, confiante, frágil, entro comigo em processo de comunicação e incomunicação. Mais o último que o primeiro.
Quero-te aqui, comigo.
Não estás.
Alguém partilha o teu quotidiano. Eu não.
Estás longe, na novidade. Tu estás onde os meus olhos, embora teus, não estão, embora teus e te vendo todos os dias, não te alcançam no plano da física.
Quero-te aqui. Não por capricho. Fazes-me falta.
Repito o teu nome, não para que não me esqueça, mas para não o perder no meio dos kilómetros de letras que me envenenam todos os dias, a cada hora de estudo.
Preciso do teu abraço para prender o espasmo da minha saudade.
Preciso do teu sussurro para acalmar a insónia da tua ausência.
Preciso do teu calor para curar a hipotermia do teu eclipse nestas ruas que conheço, que te conhecem e nos conhecem, que nos viram e ouviram, que guardam segredos que elas perceberam e nos passaram ao lado, onde se fala a língua que sei ouvir e balbuciar.
Mais do que precisar, quero, desejo, anseio.
És meu nesta minha estranha forma de amar. Com os meu silêncios, perguntas caladas, nesta minha incomunicação.
Tu gostas de mim... Eu mais.

02 junho 2007

Podemos não saber bem aquilo que queremos, mas bastam 5 minutos para saber o que não se quer...

30 maio 2007

Eu mais

Sei que não gostas que me exponha, que te exponha.
Mas sei também como te procuras por entre as minhas palavras deitadas algures. Porque a net não é mais do que um "algures" nesse mundo virtual que imaginamos, criamos, desbravamos, tentamos viver, que se impõe, mas que não é real. Embora aqui, nesta falta de realidade, te sinta presente, te sinta mais próximo, te sinta real...

Hoje podes encontrar-te.

Faço mais uma pausa no estudo, agora não para falar contigo, mas para falar de ti, de nós, do mundo que espero pequeno por te encontrar longe.

Já não sei como escrever algo meu, intrinsecamente meu.
Perdi o jeito, o tempo, ganhei o pudor que o escritor não pode ter - Por muito que manipulemos o que escrevemos, o que contamos, tudo o que saia de nós, todas as nossas criações, são parte do nosso "eu" mais íntimo, embora disfarçadas pelo nosso "ego" mais conhecido. Podemos esboçar um sorriso amarelo, mas não conseguimos esconder reticências em dias de dúvida, exclamações quando incrédulos.

Hoje estás, de novo, mais longe. Mas cada vez mais perto.

Sim, estás quase de volta...

Não, não por isso...

Hoje, não chorei.
Porque hoje, mais do que nunca, senti que não só ficaste aqui comigo, como me levaste contigo.
As leis da física não são absolutas, fiquem desde já a saber... Não aqui, no esotérico dos sentimentos.

Somos diferentes, usamos palavras diferentes, sentimos o mesmo. Aí, nesse pequeno pedaço de nós, que de ilustre passa a grande, somos iguais. Duas pessoas unidas pelo mesmo sentimento.

Se exitei em dizer a palavra secreta, deve-se à ferrugem de uma alma incrédula.
Neste sentimentalismo feminino venho reiterar o desabar de uma mudez imposta por teorias romanticidas. Soletrar certos conjuntos de letras implica por vezes um processar de informação bloqueador.

Um "eu também" chegará? Prefiro dizer, agora, "eu mais".

Shhhhhhhhhh

O meu principe ensinou-me uma palavra nova!
Estou tão contente!
Era só para partilhar...
Mas não vou dizer qual é... É segredo!

27 maio 2007

Passarinho Verde

Não fui eu que escrevi, não ousei corrigir algo que considerasse mal escrito, nem sequer uma vírgula. Quem me conhece sabe o esforço que fiz. Eu que sou perita em alterar, desmembrar, reconstruir os textos como se de uma cirurg~ia plástica se tratasse. Eu que gosto de restaurar à minha maneira.
Mas eu, que gosto de contos, de lendas, de mitos. Eu hoje, resolvi transcrever um conto que encontrei algures pela net...
Até hoje não percebera donde vinha a expressão "encontraste passarinho verde"...

Era uma vez um rei e uma rainha e tinham uma filha que nunca quis namorar; não tinha distracção nenhuma, mais que ir todos os dias ao mirante. Um dia viu vir um bando de passarinhos onde vinha um passarinho verde que, poisando no mirante, começou a brincar com a princesa. A princesa estava-se penteando e o passarinho roubou-lhe a fita do cabelo e voou. A princesa riu muito. No, outro dia, ainda mais cedo, já ela estava no mirante à espera do passarinho que veio, poisou no mirante, pôs-se de brincadeira com a princesa, roubou-lhe o pente e fugiu. Ao terceiro dia roubou-lhe o lenço e nunca mais apareceu em nenhum dia. , princesa começou com um grande desgosto e nunca mais sai, do quarto.
O rei mandou deitar um bando, que toda a pessoa que fizesse rir a princesa lhe dava uma tença. Ninguém fazia rir princesa. Um dia foi lá um velho que andou à roda da cama da princesa a fazer-lhe graças para ela se rir, mas a princesa, muito zangada, mandou pôr o velho fora do quarto. Quando velho foi para casa, disse-lhe a velha que era a sua mulher "Então, fizeste rir a princesa?" "Nem rir nem chorar." "Então. vou lá eu amanhã.”
A velha no outro dia foi e no caminho encontrou um muro com muitos buracos à roda. "Que diantre será aquilo? disse velha, deixa-me ir a ver o que é aquela novidade para levar princesa." Chegou ao muro, assomou, olhou lá para baixo e vi vir um bando de passarinhos, onde vinha um verde a dizer:
"Fita, lenço e pente,
Quem me dera agora ver
Quem de mim está ausente;
Três vezes trema o palácio,
E o palácio não tremeu."
A velha ouviu isto e foi-se embora. Chegou lá ao palácio pediu licença para entrar e depois andava à roda da cama a dizer graças e a princesa sem se rir, até que a velha se lembrou do muro e disse: "Real Senhora, vou-lhe contar uma coisa", esteve-lhe a contar o que viu. A princesa começou-se a rir e dizer: "Conta, boa velha." Começaram logo a tocar os sino com a alegria da princesa falar. Depois a princesa disse para velha: "Leva-me lá ao tal muro." E foram lá.
Depois a princesa olhou para baixo e viu o bando dos passarinhos, onde vinha o verde a dizer:
"Fita, lenço e pente,
Quem me dera ver
Quem de mim está ausente;
Três vezes trema o palácio,
E o palácio não tremeu.
E a princesa morreu
Ou estará presente?"
"Estou presente", disse a princesa.
Ouviu-se depois um estalo muito grande e o passarinho desencantou-se e apareceu um príncipe que casou com a princesa, e a velha ficou no palácio.

06 maio 2007

Pensamento Sábio do Dia

"Amor não é o gemido moribundo dum violino distante, mas o rangido triunfante das molas do colchão."

05 maio 2007

"Super-puto" tem duplo

O que acham do anúncio do "super-puto", com os seus truques e toques na bola? Sim, aquele anúncio do BES...
Está bonito, não está?
Mas asseguro-vos que o duplo dele é bem mais giro!
Ah, não sabiam que o Cristiano Ronaldo tinha um duplo no anúncio? Pois é, bebé...
Parabéns ao Juvenal Petiz.

02 maio 2007

O meu sistema solar

Há conversas que nos suscitam teorias interessantes. Talvez seja a inspiração das três da manhã ou a psicologia de bolso suscitada como questão prejudicial.
Conversas daquelas sem roteiro, sem bússula, que naufragam ao sabor do momento.

Descobri que preciso ser mais quente. Sim, mais quente. Passo a explicar:
- Preciso ser mais quente, porque as estrelas são quentes e eu preciso ser uma estrela;
- Mas preciso ser uma estrela especial, preciso ser um sol;
- Preciso ser o sol do meu sistema solar;
- Quem quiser entrar no meu sistema tem de girar à minha volta;
- No meu universo EU sou importante!

EU sou o SOL do meu sistema solar!!!

Aprendi uma palavra nova: EU!

Agradeço ao BIG BANG ;)

01 maio 2007

Momentos percorridos a pé



Ninguém disse que a Via Del'Amore seria uma estrada larga e fácil de percorrer...
"Ninguém disse que ía ser fácil, mas que íamos ser felizes".

Momentos



Depois de umas horas de caminhada, ali, tranquilo entre os turistas cansados,na tranquilidade de quem está em território seu...
Mais um momento congelado no tempo.

30 abril 2007

ELOGIO AO AMOR

Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de
verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática.

Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.

Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra.

O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o
intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da
tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental".

Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada,
abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes.
Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é
para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um
bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra.
A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor
puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor
puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O
amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor
é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o
coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das
mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é
ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.Não é para
perceber.
É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e
não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas
mais acompanhado de quem vive feliz.

Não se pode ceder. Não se pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.



Miguel Esteves Cardoso in "Expresso"

Continuo a concordar com este senhor..

O Amor é Fodido - e nós gostamos dele assim

"Por que é que fodemos o amor? Porque não resistimos. É do mal que nos faz. Parece estar mesmo a pedir. De resto, ninguém suporta viver um amor que não esteja pelo menos parcialmente fodido. Tem que haver escombros. Tem de haver esperança. Tem de haver progresso para pior e desejo de regresso a um tempo mais feliz. Um amor só um bocado fodido pode ser a coisa mais bonita deste mundo".

Miguel Esteves Cardoso in "O Amor é Fodido"

Momentos

Eu sei lá

Há blogs assim... Que nascem sem se preceber ao certo para quê.
Este foi um deles.
Nasceu porque sim.
Nasceu porque os seus antecessores até correram bem.
Nasceu porque um dia me disseram que não devia deixar de escrever.

Mas hoje, mais uma vez, vejo-me a transcrever textos. Não transcrevo as minhas próprias palavras... Essas, continuam perdidas e furagidas pela minha cebeça.

Porque algumas piadas só alguns entenderiam.
Porque outras histórias poderia expor uma realidade que alguns não querem ver exposta.
Porque simplesmente outras nem sequer vale a pena escrever, a não ser como exercício para exorcisar qualquer raiva contida e não libertada.

Talvez a escrita não seja mais o meu forte, mas sim o meu fraco. Ou nem mesmo o fraco, porque inexistente.

Eu sei lá... Por enquanto, insiste-se por cá.

Estudo, Criatividade, e Sabedoria Humilde

Descobrirás que não és a primeira pessoa a quem o comportamento humano alguma vez perturbou, assustou ou mesmo enojou. Não estás de modo nenhum sozinho nesse ponto, e isso deve servir-te de incitamento e de estímulo. Muitos, muitos homens se sentiram tão perturbados, moralmente e espiritualmente, como tu estás agora. Felizmente, alguns deles deixaram memórias dessa perturbação. Hás-de aprender com eles... se quiseres aprender. Tal como um dia, se tiveres alguma coisa para dar, alguém há-de aprender contigo. É um belo tratado de reciprocidade. E isto não é instrução. É história. É poesia.

(...) Não estou a tentar dizer-te que só os homens instruídos e com estudos estão preparados para dar alguma coisa ao mundo. Não é verdade. Mas afirmo que os homens instruídos e com estudos, se, para começar, forem inteligentes e criativos, o que infelizmente, raramente acontece, tendem a deixar atrás deles memórias mais valiosas do que os homens simplesmente brilhantes e criativos. Tendem a exprimir-se mais claramente, e normalmente têm a paixão de seguir os seus próprios pensamentos até ao fim. E, o que é mais importante, nove em cada dez vezes são mais humildes do que os pensadores sem estudos.


J.D.Salinger, in 'À Espera no Centeio'

O Intelecto Como Exagero

A beleza, a verdadeira beleza, acaba onde a a expressão intelectual começa. O intelecto é já uma forma de exagero e destrói a harmonia de qualquer rosto. Assim que nos sentamos a pensar, ficamos só nariz, ou só testa, ou uma coisa horrível do género. Olha para os homens bem sucedidos em qualquer das profissões eruditas. Como são perfeitamente hediondos! A não ser, evidentemente, na Igreja. Mas a verdade é que na Igreja eles não pensam. Um bispo continua a dizer aos oitenta anos o que lhe mandaram dizer quando era um rapaz de dezoito e, por conseguinte, parece sempre perfeitamente encantador.

Oscar Wilde, in "O Retrato de Dorian Gray"

21 abril 2007

O Amor não Existe sem Ciúme

"Se o ciúme nasce do intenso amor, quem não sente ciúmes pela amada não é amante, ou ama de coração ligeiro, de modo que se sabe de amantes os quais, temendo que o seu amor se atenue, o alimentam procurando a todo o custo razões de ciúme.
Portanto o ciumento (que porém quer ou queria a amada casta e fiel) não quer nem pode pensá-la senão como digna de ciúme, e portanto culpada de traição, atiçando assim no sofrimento presente o prazer do amor ausente. Até porque pensar em nós que possuímos a amada longe - bem sabendo que não é verdade - não nos pode tornar tão vico o pensamento dela, do seu calor, dos seus rubores, do seu perfume, como o pensar que desses mesmos dons esteja afinal a gozar um Outro: enquanto da nossa ausência estamos seguros, da presença daquele inimigo estamos, se não certos, pelo menos não necessariamente inseguros. O contacto amoroso, que o ciumento imagina, é o único modo em que pode representar-se com verosimilhança um conúbio de outrem que, se não indubitável, é pelo menos possível, enquanto o seu próprio é impossível.
Assim o ciumento não é capaz, nem tem vontade, de imaginar o oposto do que teme, aliás só pode obter o prazer ampliando a sua própria dor, e sofrer pelo ampliado prazer de que se sabe excluído. Os prazeres do amor são males que se fazem desejar, onde coincidem a doçura e o martírio, e o amor é involuntária insânia, paraíso infernal e inferno celeste - em resumo, concórdia de ambicionados contrários, riso doloroso e friável diamante."


Umberto Eco, in 'A Ilha do Dia Antes'


Eu julgava não ser ciumenta... Até se dar o BIG BANG!!!
Talvez seja...

23 março 2007

Contagem Decrescente



MISS YOU

Recta Final do Curso

Depois de um teste de Direito do Trabalho só mesmo uma imperial fresquinha para afogar o desapontamento jurídico! (Dias de sol passados a pensar no teste do final do dia só com remédios destes...)

Mas como não há bela sem monstro, chegou a hora de fecho do Bar Velho, não há direito em Direito! Fechar o bar nesse precioso momento! Esses momentos tristes em que somos postos fora do salão com o subtil apagar e acender de luzes e a menos subtil voz do costume a gritar que vai fechar...

O Bar Velho é o nosso Templo de meditação profunda, onde todos os baldas se sentam e discutem os assuntos assíduos das nossas conversas.

Mas faltava lá o nosso amigo "homem das jolas", piada residente das aulas de Direito do Trabalho.

Prinçusa vira pirata!

Your Pirate Name Is...

Black Princess of the Reine

18 fevereiro 2007

Realidade Nacional

O verdadeiro Jet7 nacional não se conhece.
Em Portugal aquelas caras que vemos por aí, os "nossos" VIP's, não passam de:
Very
Important
Pelintras!

16 fevereiro 2007

Patinha...

Pois é, cada um tem o direito de fazer o que lhe der na sua real gana, não sou só eu.

Eu tento não lesar interesses alheios, mas nem todos pensam assim.

Verdade é, também, que faça-se o que se fizer violamos os desejos e sentimentos de alguém, mesmo sem querer. Porque o mundo é assim... Não podemos melhorar a situação de alguém sem deteriorar a posição de outrém.

Eu, contudo, continuo a acreditar nos valores, eu, contudo, deito-me com a minha consciência todos os dias... Mas a minha deve ser diferente da tua.

Espero que nessa cobiça em que vives aprendas a ser feliz... Mas longe de mim. Cansei-me de acreditar que podia tudo voltar a ser como foi em tempos...

Real inocência.

Saudações

15 fevereiro 2007

Momento de reflexão

Pensamentos femininos, lamechas, considerados pouco recomendados a Homens pouco sensíveis às questões relacionadas com o conceito "romantismo".

Todos temos defeitos e todos temos qualidades.
Gostar das qualidades é fácil. Todos gostam. (Embora o conceito de "qualidade" seja indeterminado em alguns aspectos e susceptível de diversos graus).

A minha questão surge quanto aos defeitos. Surge na esteira de reflexão sobre a minha claustrofobia.

Pois então, surge-me a visão de "vergonha alheia". Quem estivesse comigo ficaria envergonhado por um ataque de claustrofobia? Ficaria envergonhado pelo simples facto de me acompanhar?

Vergonha de mim...

Situação: ataque de claustrofobia.
Reacção - opções:
a) acalmar a pessoa;
b) desdramatizar o caso;
c) disfarçar;
d) fingir que não conhece.

Será que para se gostar de alguém é necessário que as qualidades sejam mais que os defeitos? Ou a gravidade de um defeito pode abafar todas as restantes virtudes? E em que grau as qualidades precisam ser incrementadas para relativizar os defeitos encontrados?

Pessoalmente, quando gosto de alguém gosto da pessoa na sua singularidade, no seu "ser sui generis".
Gostar sem condições, gostar da globalidade, gostar do todo sem parcelar a personalidade da pessoa.

Mas isto... Sou eu...
E tu?

Saudações Reais

Claustrofobia

Quero um mundo sem fechaduras e portas trancadas.

Porta 5 - Prinçusa 2

(Porta marca pontos ao encravar, ao lesionar-me três dedos e a palma da mão
Prinçusa marca pontos ao tentar destruir a porta: um ponto pela tentativa de destruição, outro por abrir a porta).

Obrigado ao Restaurante pelo momento de silêncio em honra do meu berro estridente.

Saudações Reais

13 fevereiro 2007

O Tigre e a Neve



A menos de meia hora para o dia dos namorados, resolvo ser lamechas e passear em retrospectiva certos momentos.

"O Tigre e a Neve", não sei se foi da companhia, mas foi dos filmes que mais gostei até hoje!

MELÃO-COLA

12 fevereiro 2007

Primeiro Disparate

Prinçusa resolveu disparatar e postar o que lhe aprouver.

Sim, falo de mim na terceira pessoa. Algum problema com isso? 
As crianças de 3 anos também o fazem e todos acham encantador. 
Como também sou encantadora reclamo a mim esse direito.
Sem tema, sem objectivo de interesse público, faço apenas uso da minha pretensa liberdade de expressão.
Pensamentos dispersos, perdidos, partilhados apenas.

Quem goste bem vindo seja.
Quem não goste "temos pena" (ou então não, que isto de ser ave, principalmente rara, é logo motivo para me tornar um alvo a abater. Ou então não.)

Indecisa e confusa. Confiante e teimosa. Simples e directa na minha mais sincera complexidade feminina.

Hoje, divagando apenas com estas palavras.
Assim me apresento e despeço.

Saudações Reais