05 junho 2007

Incomunicação

Aqui, onde as dúvidas surgem e o coração se sobressalta, a reviravolta acontece e percebo que, de novo, eu mais.
Espírito de montanha russa, animada, desanimada, confiante, frágil, entro comigo em processo de comunicação e incomunicação. Mais o último que o primeiro.
Quero-te aqui, comigo.
Não estás.
Alguém partilha o teu quotidiano. Eu não.
Estás longe, na novidade. Tu estás onde os meus olhos, embora teus, não estão, embora teus e te vendo todos os dias, não te alcançam no plano da física.
Quero-te aqui. Não por capricho. Fazes-me falta.
Repito o teu nome, não para que não me esqueça, mas para não o perder no meio dos kilómetros de letras que me envenenam todos os dias, a cada hora de estudo.
Preciso do teu abraço para prender o espasmo da minha saudade.
Preciso do teu sussurro para acalmar a insónia da tua ausência.
Preciso do teu calor para curar a hipotermia do teu eclipse nestas ruas que conheço, que te conhecem e nos conhecem, que nos viram e ouviram, que guardam segredos que elas perceberam e nos passaram ao lado, onde se fala a língua que sei ouvir e balbuciar.
Mais do que precisar, quero, desejo, anseio.
És meu nesta minha estranha forma de amar. Com os meu silêncios, perguntas caladas, nesta minha incomunicação.
Tu gostas de mim... Eu mais.

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